A CULTURA
Considerando a evolução de cada nação, e de todos os processos que cada uma delas vivenciou com a colonização e a miscigenação cultural, é possível afirmar que todos os países apresentam certa diversidade cultural. A ONU, em sua atuação em prol da educação, ciência e cultura através da Unesco, criou e colocou em prática a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural (2002), reafirmando o reconhecimento da existência de múltiplas culturas e que todas elas fazem parte de uma herança cultural da humanidade, devendo ser consolidada em benefício das gerações presentes e futuras.
O reconhecimento da diversidade cultural tem sido
mais difundido nos contextos democráticos, uma vez que a pluralidade das identidades é vista também como um fator potencializador do desenvolvimento econômico, intelectual, moral, afetivo e espiritual de todas as pessoas e das comunidades. Os textos legais consideram que a acessibilidade dos espaços e das ações culturais devem estar em observância com o desenho universal, para que as pessoas com deficiência e outros públicos (idosos, gestantes e pessoas com impedimentos físicos temporários) sejam também beneficiados. O acesso sem barreiras é considerado em sua complexidade como necessário, para se garantir a efetividade de experiências facilitadoras e inclusivas.
Outra alternativa que tem sido apresentada à
população com deficiência são os projetos culturais com curadorias acessíveis, que desenvolvem projetos culturais, com a participação efetiva de representantes do público com deficiência, com o objetivo de criar linguagens e estratégias de acesso
irrestrito, sob o ponto de vista do usuário.
Segundo Sarraf (2018), essa prática vem se
desenvolvendo no Brasil, pioneiramente em museus e em centros culturais. Os museus e centros culturais que adotam essas práticas, criam vínculos de participação e de pertencimento, com e para as pessoas com deficiência, assim como se aproximam de sua missão maior, que é o desenvolvimento da diversidade cultural e humana.
Como um dos exemplos citados, destacamos o Programa
Deficiente Residente, do Museu do Futebol, em São Paulo. Ele foi criado em 2010 para atender às demandas da equipe de educadores que ali trabalhavam e que solicitavam mais oportunidades de formação para o atendimento aos visitantes com diferentes deficiências. Após o desenvolvimento dessa estratégia inclusiva, foram organizadas apresentações, atendendo às especificidades trazidas pelos representantes de pessoas com deficiência visual, surdez, deficiência intelectual, física etc.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANCINE (AGÊNCIA NACIONAL DE CINEMA). Instrução Normativa n. 128/2016. Dispõe sobre normas gerais e critérios básicos de acessibilidade visual e auditiva a serem observados nos segmentos de distribuição e exibição cinematográfica, 2016.
SARRAF,
Viviane P. Acessibilidade
cultural para pessoas com deficiência: Benefícios para todos. Revista do Centro de
Pesquisa e Formação, n.º 6, junho 2018.
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